quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

TACA PEDRA




#meuamigosecreto é super pró feminismo e continua culpando Courtney Love pela morte de Kurt Cobain.

Assim começamos mais uma polêmica, a de continuar achando que a menina má que afastou o coitadinho do homem dos amigos simplesmente porque ela tem poderes paranormais e entra na cabeça dele convencendo-o que todos são feios e bobos e que ele deveria mesmo é ficar com ela e só com ela.

Vamos lá, Yoko não separou os Beatles assim como Nancy não matou Sid Vicious Elza não transformou Garrincha em pudim e Courtney não matou Kurt. Eles eram adultos, muito bem esclarecidos e se escolheram aquela mulher, é porque as admiravam, não existe virar a cabeça. Escuta, se o cara era foda assim, como que uma “mulherzinha qualquer” viraria a cabeça deles?

Vocês alguma vez procuraram saber a história dessas mulheres? Porque acho que deveriam, assim saberiam porque um gênio daqueles se encantou por elas, porque em algum momento eles se entregaram ao vicio por elas e nelas para viver ou, morrer.

Ou será que eles nem eram tão “foda” assim, tão esclarecidos assim, porque, mesmo nesse caso a “culpa” e as escolhas continuam sendo deles.

E porque Dave não interviu, ou George, ou Pelé ou Johnny, será que é porque eles tinham os problemas deles, ou porque eles simplesmente não se importavam... nunca saberemos... mas no imaginário coletivo estes continuam sendo pessoas fodas enquanto a “vagaba” continua sendo vilã.


Até quando?

Escutar, apenas escutar, não estou pedindo para respeitar, sei o respeito depende de muito mais do que apenas um ficar quieto.
O que está acontecendo?
Acredito eu que o grande problema é saber lidar com princípios básicos como: liberdade, solidariedade e responsabilidade.
As pessoas acreditam que para viver em sociedade elas tem que ser iguais, pensar igual, agir igual. Ninguém tem o direito de ter ações ou pensamentos divergentes.
Ok, eu admito que o ponto fora da curva sofre, porra, sofre pacas, mais pensa, e apenas pensa diferente dos outros.
E como algo, alguém ou uma comunidade, um pais ou um planeta consegue ir para qualquer lado, mesmo que o fundo do poço, e depois voltar, se todos pensassem igual não é mesmo?
Todos temos preconceitos, porém, ter preconceito com uma escolha de outra pessoa sem ao menos pensar um pouco mais sobre ela ou colocar em cheque suas qualificações profissionais ou pessoais por ela ser diferente apenas te tona um ser medíocre.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

PSICOSE



Ontem surtei,
Surtei porque está chegando o natal,
Surtei porque odeio shopping,
Surtei, pois odeio as mentes barulhentas e repetitivas dos que os frequentam,
Surtei porque não vejo sentido em comprar presentes com um dinheiro que você não tem, para pessoas que você muitas vezes você não gosta, simplesmente pelo gosto compulsivo de gastar dinheiro e mostrar algo que você não é,
Surtei porque não entendo comprar uma roupinha nova para o natal ou para o réveillon, porque isso não faz sentido... pense...
Surtei porque as pessoas não pensam, porque é mais fácil não pensar, porque é mais fácil virar um zumbi de shopping com aquela luz branca que queima a pele naquela construção claustrofóbica.
Surtei porque tá puxado, o clima tá tenso e as pessoas estão se contentando com qualquer bobagem que escutam de uma mídia manipuladora.
Surtei porque não tenho tempo e porque não há dinheiro no mundo que me pague o tempo perdido.
Surtei porquê de tempos em tempos caio na real o tamanho da merda que estamos nos metendo, de quanto São Paulo compra meu direito de ser feliz e quanto continuo conivente com tudo isso.
Se você não concorda pense... a não... desencana

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Evolução? Que evolução?



Vamos ao início:
Quanto tempo demorou a evolução do macaco para o homo sapiens?
R: Perdoem qualquer erro, pois sou péssima de contas, mas conforme algumas consultas a universitários seriam 2 milhões e uns quebrados de anos para o homem primitivo apenas aprender a lascar uma pedra.
2 MILHÕES DE ANOS... é muito ano...
Agora, quanto tempo se passou entre homo sapiens e nós?
R: Novamente me corrijam se estiver errada, mas, acho que 400 mil anos.
Isso é, demoramos 2 milhões de anos para começarmos a lascar pedra, a usar a nossa cabeça de verdade, não éramos mais "animais", agora eramos "humanos", ok
Porém só se passaram 400 mil anos até chegar onde chegamos e porque comecei esse pensamento?
Porque, como sempre, tentamos justificar as coisas, e eu acho que sair de uma floresta para uma selva de pedras em um período pífio de 400 mil anos faz qualquer um ficar maluco.
Ficar em minha caverna curtindo minhas 3 ou 4 hrs antes de dormir e nesse tempo ter que comer, tomar banho, me trocar, tirar maquiagem, tirar a roupa do varal, passar uma vassoura e tudo mais, é muita sacanagem.
Gente, vocês já pensaram quanto tempo eles perdiam caçando? Pois eu caço leões por 9 horas diárias com uma hora de descaço remunerado. Foda...
Sabe, eu entendo, entendo e sinto, nos jogaram aqui de qualquer forma e gritaram como gritava um ex chefe: Te vira que tu não nasceu quadrada. Até quando....
Além de todo o aspecto prático, ainda temos que decidir que faculdade cursar aos 17 anos, resolver o que faremos pelo resto da vida em uma idade que pensamos apenas em apenas viver.... ai, se você desiste daquilo tudo, primeiro vira um perdedor e pelo resto da vida será questionada em relação a isso, segundo, se você chegar aos 30 e ainda não souber o que fazer, então você é um perdido e as pessoas simplesmente desistem de você.
Mas aí vem a pior parte, a parte que não evoluímos, pensar....
Porque você pega o transporte público e as pessoas ficam todas aglomeradas na porta com o fundo ou meios todo livres? Falta de evolução....
Porque a pessoa quando está chovendo fica em baixo do coberto com seu guarda-chuva aberto molhando as outras pessoas? Falta de tempo de evolução.
Porque as pessoas surtam e os médicos agora identificam qualquer coisa, qualquer comportamento como doença mental e as pessoas estão cada vez mais depressivas e se suicidando? Não tivemos tempo para aprender a lidar com toda essa pressão...
Um eterno conflito entre instinto e cultura imposta.
Olha, eu realmente não sei vocês, mas eu quero a minha caverna...
É isso...

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Laços



Um dia uma pessoa que eu respeitava muito me falou que algumas vezes temos que engolir sapos inteiros e tentar fazer deles algo minimamente digestivos para vivermos em paz, mas, com o passar do tempo caí na real que o que se engole é rã e não sapo, sendo assim, deixem os coitados dos sapos para seus predadores naturais.
Calar dá câncer, gastrite, porém com o tempo você descobre que tem gente que não vale uma palavra e que ignorar é a melhor saída, ou, como diz uma amiga: Esperar esquecer pra bater mais fácil.
E a vida segue, sem partes podres .....
E mais uma vez obrigada por fazer por mim algo que eu adiava a anos.
E com a repulsa dos laços e abraços muitas vezes me flagelei e flagrei, por descaso a mim, digerindo algo que repudio me trazia.
Eu e minha maldita mania de pensar no coletivo.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

TEMPO

Percebo que as pessoas realmente param de pensar quando não tem mais tempo.
Você pode ter fragmentos de pensamentos, mas nunca conclui uma ideia, pois sempre tem mais alguma coisa para fazer. É o telefone toca, precisa responder um e-mail, o chefe aparece, a reunião acontece, entre mil outras coisas
Percebo isso porque sempre tive uma rotina tranquila, mesmo com momentos agitados, meu trabalho sempre me permitiu ter tempo para pensar e hoje em dia... não dá mais tempo.
Meus fragmentos estão se perdendo, não dá tempo de anotar, de viver, de enlouquecer com eles, de tirar todo o sumo de cada um deles como sempre tive imenso prazer em fazer (e outras nem tanto).
Lembro quantas vezes as pessoas me falaram: porque você pensa nisso?
E agora tenho a resposta, sabe porquê? Porque eu tenho tempo, porque eu escolhi ter tempo, porque eu preciso disso.
Desisti da faculdade que fiz porque queria ter tempo, vida, prazeres, amigos e principalmente eu e meus pensamentos.
O meu maior consumo sou eu mesma, me consumo me delicio e muitas vezes me regurgito de tanto me auto consumir.
Sinto falta de mim. Do meu tempo.

VIVENDO O MITO (MODERNO) DA CAVERNA.


Você dorme mal, vive mal, sente mal.
Você acorda de manhã e pega um transporte público imundo e lotado, já que as pessoas ainda acreditam que carro é sinônimo de status social, continuam achando que ciclovia é coisa pra Europeu e que aqui uma coisa dessas nunca funcionaria.
É, sinto muito por isso, mas talvez nunca funcione mesmo, já que para funcionar teríamos que primeiramente respeitar o pedestre, manja aquela parada de carona solidária? Pois é, isso poderia ajudar muito o transito, ao invés de ficar 3 hrs em um transito infernal sozinho no carro, poderíamos compartilhar, mas compartilhar é algo que não existe em nosso vocabulário, já que só os meus interesses são os que realmente contam e quando se cobra algo, apenas repetimos a voz da burguesia, da televisão, dos sites que não informam, apenas ludibriam, são tendenciosos e mentirosos. Não entendemos que mais faixas de ônibus, e menos investimento em transporte individual, mais ônibus, mais escolas, mais oportunidades, menos cadeias, mais educação, uma melhor formação não depende apenas do governo federal, mas isso tudo é educação, coisa que não cobramos e que não se investe absolutamente nada, já que pessoas educadas questionam e não se tem interesse em questionadores.
Você chega para trabalhar as suas 9:30hrs, ganha um salário que mal dá para pagar suas contas, ou melhor, dá apenas para paga-las, vive a base de tarja preta e terapia, sempre com medo de seguir o caminho, de andar no escuro, no metrô, de madrugada, no barzinho, de pagar a conta, de ser enganado, trapaceado, que alguém fure fila, que seu cartão seja clonado, ser atropelado, comprar algo que já vem quebrado... entre outras.
Você vive escutando besteira, ignorâncias, pré-conceitos, idiotices de todos os gêneros, simplesmente porque as pessoas estão mais preocupadas em cuidar da vida do outro do que de fato fazer a porra da engrenagem girar, como já disse e repito, as pessoas sabem todas as soluções dos problemas na casa dos outros, mas ninguém olha pra sua própria casa.
A culpa é do outro, a ignorância é latente.
A vida já é complicada demais com nossos monstros, pesadelos, dramas para perdermos todo nosso tempo de raciocínio (para quem sabe nos tornarmos pessoas melhores) com “que caminho tomarei para não sofrer nenhuma avaria”.
A vida é curta demais para perder tanto tempo tentando explicar para as pessoas que elas devem obedecer algumas regras de convívio social, elas não devem parar na porta do transporte público, devem esperar a saída dos passageiros para depois embarcar, devem respeitar o pedestre, o banco de idosos, a fila em qualquer circunstância, parar de tentar tirar vantagem das pessoas, das suas inocências, tratar bem seus subordinados e seus superiores... respeito... não levar para o lado pessoal, acreditar que críticas e cobranças podem ser algo importante, mas também podem não ser (tentar diferenciar), respeite seus filhos para que um dia ocorra o contrário, não jogar lixo no chão, respeitar a natureza, pare de julgar como o outro vive ou resolve seus problemas particulares ou o que faz com seus órgãos sexuais... chega... já deu.
Não dá mais. Até onde iremos até percebermos que somos iguais e desejamos as mesmas coisas? Até quando vamos nessa pegada de o que é importante pra mim é mais importante do que é importante para você? Até quando?
Até quando ficaremos olhando as sombras na parede? Até quando seremos prisioneiros em nossas cavernas? Até quando julgaremos louco o que olhou além das sombras?
E, enquanto isso, eu continuo tentando sobreviver, com meu tarja preta, meu mundo cada vez menor e meus monstros cada vez maiores.

quarta-feira, 4 de março de 2015

SAUDADES


Hoje acordei com aquela saudade melancólica, que faz as lembranças virarem a única coisa boa que um dia houve em nossas vidas.
Estou com saudade da minha mãe me chamando para ir à escola.
Do meu pai chegando do trabalho e eu escondida atrás da porta do banheiro para assustá-lo.
(Como ele odiava isso)
Das idas ao zoológico com a mãe e a irmã.
Das idas ao Ibirapuera com o pai, para aprender a andar de bicicleta e pra nos conhecermos melhor.
Ela sempre prática.
Ele sempre teórico.
Ela queria todos em pé, queria que tivéssemos hora para sair de casa, sempre estávamos atrasados já que ela sempre teve muita disposição, muito mais que todos nós.
Ele querendo saber o que sentíamos, como nos sentíamos em relação aos amigos da escola.
Ele sempre ocupado, ela sempre para nós.
Porque ser pai acho que é isso, um jogo de acertos e erros. Eles aprendendo com a gente e nós com eles....
E hoje me deu aquela vontadezinha de voltar para aquela velha cama, só para espera-la.
De chegar em casa e ficar conversando com ele sobre tudo que acontece na minha vida e quanto é confuso viver. E aprender. E cair. E levantar. E namorar. E trabalhar. E sorrir quando não se quer sorrir.
Como dizem por ai: Tá puxado!!!!
Puxado porque a responsabilidade pesa. Porque decidir pesa. Porque o trabalho pesa. Porque ser feliz pesa, porque para ser feliz precisamos fazer todo o resto. Porque para ter uma vida que realmente valha a pena temos que seguir nossos instintos sem passar por cima das pessoas. Como eles me ensinaram.

Porque terminar esse texto tá pesado e sabe, eu não queria “ter que” nada então assim que será, ficará sem final, porque hoje eu só levando quando ela me chamar para ir à escola.