Hoje acordei com aquela saudade melancólica, que faz as lembranças virarem a única coisa boa que um dia houve em nossas vidas.
Estou com saudade da minha mãe me chamando para ir à escola.
Do meu pai chegando do trabalho e eu escondida atrás da
porta do banheiro para assustá-lo.
(Como ele odiava isso)
Das idas ao zoológico com a mãe e a irmã.
Das idas ao Ibirapuera com o pai, para aprender a andar de
bicicleta e pra nos conhecermos melhor.
Ela sempre prática.
Ele sempre teórico.
Ela queria todos em pé, queria que tivéssemos hora para sair
de casa, sempre estávamos atrasados já que ela sempre teve muita disposição,
muito mais que todos nós.
Ele querendo saber o que sentíamos, como nos sentíamos em
relação aos amigos da escola.
Ele sempre ocupado, ela sempre para nós.
Porque ser pai acho que é isso, um jogo de acertos e erros.
Eles aprendendo com a gente e nós com eles....
E hoje me deu aquela vontadezinha de voltar para aquela
velha cama, só para espera-la.
De chegar em casa e ficar conversando com ele sobre tudo que
acontece na minha vida e quanto é confuso viver. E aprender. E cair. E
levantar. E namorar. E trabalhar. E sorrir quando não se quer sorrir.
Como dizem por ai: Tá puxado!!!!
Puxado porque a responsabilidade pesa. Porque decidir pesa.
Porque o trabalho pesa. Porque ser feliz pesa, porque para ser feliz precisamos
fazer todo o resto. Porque para ter uma vida que realmente valha a pena temos
que seguir nossos instintos sem passar por cima das pessoas. Como eles me
ensinaram.
Porque terminar esse texto tá pesado e sabe, eu não queria
“ter que” nada então assim que será, ficará sem final, porque hoje eu só
levando quando ela me chamar para ir à escola.
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