terça-feira, 10 de setembro de 2013


A VIDA COMO UM COMERCIAL DE SUPER-MERCADO

Hoje, sentada no primeiro banco do ônibus, aquele que fica ao lado do motorista, presenciei algumas coisas que me fizeram pensar no sentido da vida.
Claro que estar em crise ajuda bastante neste momento, mas, o motorista estressado e as senhoras gentis, fizeram minha cabeça voar a mil no que estou fazendo da minha própria vida.
Elas bem velhinhas, todas gentis ao descerem do ônibus, que, diga-se de passagem, não deve ser nada fácil depois de certa idade, e ele, o motorista, ainda jovem e bem estressado com as escolhas que fez na vida...
Pensava nelas, e em sua longa vida e no que poderiam ter feito aquelas senhoras para se tornarem senhoras tão gentis, cheguei a conclusão de que com certeza elas não foram motoristas de ônibus.
Eu por outro lado, pensando em minhas escolhas e me perguntando: se chegar a essa idade, serei como elas ou como o motorista, sempre estressado por ter feito escolhas erradas, será que terei que chegar nesta idade para olhar para trás e ver os erros cometidos?
O que eu escolhi me faz feliz?
Neste momento um rapaz no farol entrega um jornal ao motorista e nele leio: Aprovada mais uma faixa exclusiva para a 23 de maio, uma foto da Dilma abaixo e um senhor (que eu não identifiquei) no cantinho superior direito da página.
O motorista grita para o cobrador: Agora sim São Paulo vai parar (foi isso que entendi)
O cobrador responde algo que não entendo e o motorista continua: Deveriam ter feito isso há muito tempo.
Eu pensando: Nossa, que legal ele pensar isso. (só deu tempo de pensar isso, logo ele acabou com meus devaneios)
Neste momento ele dá um murro na foto do senhor que está no canto direito e grita: velho fdp!!!
Agora eu queria muito saber quem era aquele senhor então ele me responde sem saber do meu questionamento: Esse Murucy saiu do São Paulo agora querem que salve, não tem como.
Eu, rindo por dentro, sendo “São Paulina”, não sabendo quem era aquele senhor e pensando: Claro que eles estão falando de futebol, do que mais estariam falando com toda essa animação?
Já estava chegando meu ponto, tive que sair do meu camarote e fui para a porta de saída do ônibus. Neste momento, ainda sorrindo por dentro pensei: já sei o que me faz feliz, sei o que me tornaria uma senhora gentil.
Observar o cotidiano e escrever sobre ele, isso me faz realmente feliz...

E quanto a você, “o que faz você feliz”?

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